Fatores associados ao conhecimento de locais públicos de esporte e lazer nas capitais brasileiras
DOI:
https://doi.org/10.12820/rbafs.26e0201Palavras-chave:
Saúde urbana, Inquérito, Desigualdades, Locais públicos de lazerResumo
O objetivo foi avaliar o conhecimento sobre locais públicos de esporte e lazer nas capitais brasileiras e sua relação com fatores sociodemográficos e do ambiente urbano. Estudo com dados da Pesquisa Nacional de Saúde, edição no ano de 2013, inquérito de base domiciliar, representativo da população adulta residente em todas as capitais do Brasil. A variável de desfecho foi conhecimento sobre locais públicos de esporte e lazer. As variáveis de exposição foram sexo, faixa etária, escolaridade e Índice de Bem-Estar Urbano (IBEU), que avalia as condições coletivas de vida na cidade por meio dos dados do Censo Demográfico de 2010. Realizou-se análise bivariada através do teste Qui-quadrado e correlação de Pearson. Dos 27.017 entrevistados, 56,6% (IC95%: 55,1 - 58,1) relataram conhecer locais públicos de esporte e lazer, sendo maior entre homens (58,2% vs 55,3%) e mais escolarizados (45,5% de 0 a 4; 49,2% de 5 a 8; 55,2% de 9 a 11; 68,2% de 12 anos ou mais). Não foi observada diferença entre as faixas etárias. Foi observada correlação positiva entre proporção de conhecimento e IBEU (r = 0,709; p < 0,05). As capitais com melhores indicadores de conhecimento e do ambiente urbano foram Vitória, Brasília, Goiânia e Curitiba. Diante disso, a melhoria e criação de espaços públicos de lazer deve considerar as desigualdades na sua distribuição em relação ao ambiente e as características sociodemográficas da população, para contribuir para a promoção da atividade física e, consequentemente, para melhorar a saúde e equidade social.
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