Diferenças de raça/cor na atividade física em capitais brasileiras: uma análise do Vigitel de 2023

Autores/as

DOI:

https://doi.org/10.12820/rbafs.30e0405

Palabras clave:

Exercício, Inatividade física, Disparidades em saúde, População urbana, Grupos raciais

Resumen

Objetivo: Avaliar as diferenças de raça/cor na prática de atividade física entre adultos de capitais brasileiras. Métodos: Estudo transversal com dados do Sistema de Vigilância de Fatores de Risco e Proteção para Doenças Crônicas (Vigitel) 2023 (18-59 anos). A prática de atividade física foi analisada em quatro domínios (lazer, trabalho, deslocamento e doméstico) com base em autorrelato. O teste de Qui-Quadrado avaliou diferenças entre os grupos de raça/cor (pardo, branco e preto). Resultados: A amostra (n = 14.402; 53% mulheres; 45% com 9-11 anos de escolaridade) foi composta principalmente pelas de raça/cor parda (46%), branca (38%) e preta (14%). Foram observadas diferenças significativas em todos os domínios de atividade física, com maior proporção de brancos praticando atividade física de lazer, enquanto pretos e pardos apresentaram maior proporção nos demais domínios. Para a interseção entre de raça/cor e escolaridade, diferenças significativas foram observadas em todas as de raça/cor para os domínios do lazer e trabalho, onde indivíduos com mais escolaridade (≥12 anos) apresentaram maior proporção de atividade física no lazer e menor de atividades ocupacionais. Conclusões: Os achados revelam disparidades de raça/cor na prática de atividade física, com brancos praticando mais atividades de lazer e pretos e pardos mais atividades domésticas, deslocamento e trabalho. Independentemente de raça/cor, aqueles com maior escolaridade reportaram maior atividade de lazer e menor de trabalho. Pesquisas futuras podem focar na melhor compreensão e possíveis reduções dessas disparidades por meio de políticas públicas direcionadas à interseção de de raça/cor e escolaridade no acesso às atividades físicas.

Descargas

Los datos de descargas todavía no están disponibles.

Citas

1. Hallal PC, Andersen LB, Bull FC, Guthold R, Haskell W, Ekelund U. Global physical activity levels: surveillance progress, pitfalls, and prospects. Lancet. 2012;380(9838):247–57.

2. Sher C, Wu C. Race, immigrant status, and inequality in physical activity: An intersectional and life course approach. Can Rev Sociol. 2023;60(4):763–800. .

3. Las Casas RCR, Bernal RTI, Jorge AO, et al. Fatores associados à prática de atividade física no tempo livre na população adulta brasileira (VIGITEL 2013). Saúde em Debate. 2018;42(Suppl 4):134–44.

4. Paiva GB, Araújo MFS, Rodrigues PAF, Carvalho PHM, Oliveira F, Corrêa Neto VG, et al. Associations between intersectional relationships of oppression and domains of physical activity in the VIGITEL study (2016–2020). Rev Bras Ciênc Esporte. 2024;46(1):e29704.

5. Brasil. Ministério dos Direitos Humanos e da Cidadania. SEPPIR completa dez anos [Internet]. Brasília; 20 mar 2013. Disponível em: <https://www.gov.br/mdh/pt-br/navegue-por-temas/politicas-para-mulheres/arquivo/area-imprensa/ultimas_noticias/2013/03/20-03-dez-anos-da-seppir-marcam-decada-de-institucionalizacao-da-promocao-da-igualdade-racial-no-pais> [2025 junho].

6. Brasil. Ministério da Saúde. Portaria GM/MS nº 992, de 13 maio 2009. Institui a Política Nacional de Saúde Integral da População Negra. Diário Oficial da União; 2009.

7. Brasil. Lei nº 12.288, de 20 julho 2010. Institui o Estatuto da Igualdade Racial e o Sistema Nacional de Promoção da Igualdade Racial (Sinapir). Diário Oficial da União; 2010.

8. Brasil. Lei nº 12.711, de 29 de agosto de 2012. Dispõe sobre o ingresso nas universidades federais e nas instituições federais de ensino técnico de nível médio. Diário Oficial da União; 30 ago 2012.

9. Gomes GA, Reis RS, Parra DC, Ribeiro I, Hino AA, Hallal PC, et al. Fatores sociodemográficos associados aos diferentes domínios da atividade física em adultos de etnia negra. Rev Bras Epidemiol. 2021;24:e210007.

10. Romeiro MC, Florindo AA, Latorre MRDO. Mudanças no deslocamento para o trabalho e na atividade física da população de três municípios da região de São Paulo nos anos de 2000 e 2010. Rev Bras Epidemiol. 2017;20(2):274–85.

11. Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). Pesquisa Nacional de Saúde. Rio de Janeiro: IBGE; 2019.

12. Brasil. Ministério da Saúde. Saúde Brasil 2018: uma análise de situação de saúde e das doenças e agravos crônicos, desafios e perspectivas. Brasília: Ministério da Saúde; 2019.

13. Mielke GI, Malta DC, Nunes BP, Cairney J. All are equal, but some are more equal than others: social determinants of leisure time physical activity through the lens of intersectionality. BMC Public Health. 2022;22(1):36.

14. Bertuol C, Oliveira SN, Tozetto AVB, Duca GF Del. Leisure-time physical activities and their association with active behavior in other domains and sociodemographic aspects: a population-based study with adults residing in the Brazilian state capitals and the Federal District. Cien Saude Colet. 2022;27(6):2187–96.

15. Silva ICM da, Mielke GI, Bertoldi AD, Arrais PSD, Luiza VL, Mengue SS, et al. Overall and Leisure-Time Physical Activity Among Brazilian Adults: National Survey Based on the Global Physical Activity Questionnaire. J Phys Act Health. 2018;15(3):212–8.

16. Sallis JF, Cerin E, Conway TL, Adams MA, Frank LD, Pratt M, et al. Physical activity in relation to urban environments in 14 cities worldwide: a cross-sectional study. Lancet. 2016;387(10034):2207–17. .

17. Rodrigues PF, Melo M, Assis M, Oliveira A. Condições socioeconômicas e prática de atividades físicas em adultos e idosos: uma revisão sistemática. Rev Bras Ativ Fís Saúde. 2017;22(3):217–32.

18. Ferrari G, Dulgheroff PT, Claro RM, Rezende LFM, Azeredo CM. Socioeconomic inequalities in physical activity in Brazil: a pooled cross-sectional analysis from 2013 to 2019. Int J Equity Health. 2021;20(1):188.

19. Hallal PC, Lee IM, Sarmiento OL, Powell KE. The future of physical activity: from sick individuals to healthy populations. Int J Epidemiol. 2024;53(5):dyae129.

20. Brasil. Ministério da Saúde. VIGITEL Brasil 2023: Vigilância de Fatores de Risco e Proteção Para Doenças Crônicas por Inquérito Telefônico. Brasília: Ministério da Saúde; 2023.

21. Knuth AG, Leite GS, Santos SF da S dos, Crochemore-Silva I. Is it possible to decolonize the field of physical activity and health? J Phys Act Health. 2024;21(7):633–5.

22. Las Casas RCR, Bernal RTI, Jorge AO, Melo EM, Malta DC. Fatores associados à prática de atividade física na população brasileira – Vigitel 2013. Saúde Debate. 2023;42(Supl 4 Dez):134–44.

23. Wendt A, Ricardo LIC, Costa CS, Knuth AG, Tenório MCM, Crochemore-Silva I. Socioeconomic and gender inequalities in leisure-time physical activity and access to public policies in Brazil from 2013 to 2019. J Phys Act Health. 2021;18(12):1503–10.

24. Holtermann A, Krause N, van der Beek AJ, Straker L. The physical activity paradox: six reasons why occupational physical activity (OPA) does not confer the cardiovascular health benefits that leisure time physical activity does. Br J Sports Med. 2018;52(3):149–50.

25. He XZ, Baker DW. Differences in leisure-time, household, and work-related physical activity by race, ethnicity, and education. J Gen Intern Med. 2005;20(3):259–66.

26. Bopp M, Wilson OWA, Elliott LD, Holland KE, Duffey M, Papalia Z. Gender and race/ethnicity differences in occupational activity among students. Arch Environ Occup Health. 2023;78(3):170–6.

27. Knuth AG, Antunes PC. Práticas corporais/atividades físicas demarcadas como privilégio e não escolha: análise à luz das desigualdades brasileiras. Saúde Soc. 2021;30(2):e200450.

28. Bastone AC, Moreira BS, Vasconcelos KS de S, Magalhães AS, Coelho DM, Silva JI da, et al. Tendências temporais da atividade física no lazer e no transporte na população adulta brasileira: resultados do Vigitel, 2010–2019. Cad Saúde Pública. 2022;38(10):e00149221.

29. Kim EJ, Kim J, Kim H. Does Environmental Walkability Matter? The Role of Walkable Environment in Active Commuting. Int J Environ Res Public Health. 2020;17(4):1261.

30. O’Donoghue G, Kennedy A, Puggina A, Aleksovska K, Buck C, Burns C, et al. Socio-economic determinants of physical activity across the life course: A "DEterminants of DIet and Physical ACtivity" (DEDIPAC) umbrella literature review. PLoS One. 2018 Jan 19;13(1):e0190737.

31. Bertuol C, Tozetto AVB, de Oliveira SN, Del Duca GF. Sex differences in the association between educational level and specific domains of physical activity: a Brazilian cross-national survey. Can J Public Health. 2022 Jun;113(3):474-483.

32. Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). Censo Demográfico 2022: população e domicílios - primeiros resultados. Rio de Janeiro: IBGE; 2023. Disponível em: https://biblioteca.ibge.gov.br/index.php/biblioteca-catalogo?view=detalhes&id=2102011.

33. Ribeiro D. O povo brasileiro: a formação e o sentido do Brasil. São Paulo: Companhia das Letras; 1995.

34. Almeida S. Racismo estrutural. São Paulo: Pólen Livros; 2019.

35. Hasenbalg C. Discriminação e desigualdades raciais no Brasil. Rio de Janeiro: Graal; 1979.

36. Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). Pesquisa Nacional de Saúde 2019: acesso às instalações públicas de esporte e lazer [Internet]. Rio de Janeiro: IBGE; 2020. Disponível em: <https://agenciadenoticias.ibge.gov.br/agencia-de-noticias/2012-agencia-de-noticias/noticias/27704-pns-2019-67-de-pessoas-praticam-esporte-ou-atividade-fisica-e-30-fazem-isso-em-espacos-publicos> [2025 junho].

37. Malta DC, Gomes CS, Barros MBA, Lima MG, Almeida WS, Sá ACMGN, et al. Desigualdade social na prática de atividades físicas no Brasil: uma visão a partir da Pesquisa Nacional de Saúde 2019. Cad Saúde Pública. 2021;37(5):e00018821.

38. Gomes GAO, Kokubun E, Farias Júnior JC. Acesso a equipamentos de esporte e lazer nas comunidades e desigualdade na prática de atividades físicas. Rev Bras Ativ Fís Saúde. 2020;25:e0090.

39. Kohl HW 3rd, Craig CL, Lambert EV, Inoue S, Alkandari JR, Leetongin G, Kahlmeier S; Lancet Physical Activity Series Working Group. The pandemic of physical inactivity: global action for public health. Lancet. 2012;380(9838):294-305.

40. Lima-Costa MF, Oliveira C de, Macinko J. Disparities in telephone coverage in Brazil: who are the population segments excluded from telephone surveys? Am J Public Health. 2011;101(8):1599–600.

41. Szwarcwald CL, Damacena GN. Amostragem em pesquisas com telefonia celular: aspectos metodológicos. Cad Saúde Pública. 2008;24(5):1103–11.

42. Ainsworth BE, Caspersen CJ, Matthews CE, Mâsse LC, Baranowski T, Zhu W. Recommendations to improve the accuracy of estimates of physical activity derived from self-report. J Phys Act Health. 2012;9(Suppl 1):S76–S84.

43. Prince SA, Adamo KB, Hamel ME, Hardt J, Gorber SC, Tremblay M. A comparison of direct versus self-report measures for assessing physical activity in adults: a systematic review. Int J Behav Nutr Phys Act. 2008;5:56.

Publicado

2025-10-14

Cómo citar

1.
Sampaio BOA, Scaciota LL, Oliveira LC, Camargo JM, Alvares PBD, Quintanilha JC dos S, et al. Diferenças de raça/cor na atividade física em capitais brasileiras: uma análise do Vigitel de 2023. Rev. Bras. Ativ. Fís. Saúde [Internet]. 14 de octubre de 2025 [citado 16 de octubre de 2025];30:1-12. Disponible en: https://rbafs.org.br/RBAFS/article/view/15437

Número

Sección

Edición Temática - Equidad, Diversidad e Inclusión en la Actividad Física y la Salud