Dor crônica e nível de atividade física em usuários das unidades básicas de saúde

Autores

  • Daniele Fernandes da Silva de Souza Escola Superior de Educação Física da Universidade Federal de Pelotas, Pelotas, Rio Grande do Sul, Brasil. Programa de Pós-Graduação em Educação Física da Universidade Federal de Pelotas, Pelotas, Rio Grande do Sul, Brasil. Grupo de Estudos em Epidemiologia da Atividade Física da Universidade Federal de Pelotas, Pelotas, Rio Grande do Sul, Brasil. https://orcid.org/0000-0001-5752-0486
  • Vítor Häfele Escola Superior de Educação Física da Universidade Federal de Pelotas, Pelotas, Rio Grande do Sul, Brasil. Programa de Pós-Graduação em Educação Física da Universidade Federal de Pelotas, Pelotas, Rio Grande do Sul, Brasil. Grupo de Estudos em Epidemiologia da Atividade Física da Universidade Federal de Pelotas, Pelotas, Rio Grande do Sul, Brasil https://orcid.org/0000-0001-6812-2002
  • Fernando Vinholes Siqueira Escola Superior de Educação Física da Universidade Federal de Pelotas, Pelotas, Rio Grande do Sul, Brasil. Programa de Pós-Graduação em Educação Física da Universidade Federal de Pelotas, Pelotas, Rio Grande do Sul, Brasil. Grupo de Estudos em Epidemiologia da Atividade Física da Universidade Federal de Pelotas, Pelotas, Rio Grande do Sul, Brasil

DOI:

https://doi.org/10.12820/rbafs.24e0085

Palavras-chave:

Dor crônica, Atividade motora, Unidades básicas de saúde

Resumo

O objetivo do estudo foi descrever a prevalência de dor crônica dos usuários das unidades básicas de saúde da zona urbana da cidade de Pelotas, Rio Grande do Sul, Brasil, e verificar o nível de atividade física e os fatores associados à dor crônica. Foi realizado um estudo transversal com amostra de 540 adultos com 18 anos ou mais, usuários de 36 unidades básicas de saúde. Considerou-se dor crônica aos que relataram o tempo referido de algum tipo dor de três meses ou mais.  Foram estimadas razões de prevalência ajustada por meio da regressão de Poisson, com variância robusta. A prevalência de dor crônica entre os usuários foi de 41,5% (IC95%: 37,4 – 45,7). Na análise ajustada, as mulheres tiveram 50% maior probabilidade ao desfecho em relação aos homens; indivíduos de 40-59 anos e 60-90 anos, tiveram maior probabilidade de 44% e 61%, respectivamente, do que os de 18-39 anos; aqueles que perceberam sua saúde negativamente, tiveram 5,4 vezes mais probabilidade ao desfecho; utilizar três ou mais medicamentos aumentou 43% a probabilidade ao desfecho e; sujeitos que praticavam atividade física de lazer tiveram menor probabilidade de apresentar dor crônica. Conclui-se que, a prevalência de dor crônica em usuários de unidades básicas de saúde foi elevada (41,5%), sendo que a atividade física de lazer foi fator de proteção para o surgimento de dor crônica. Contudo, para o tratamento da dor crônica nas unidades básicas de saúde, a prática de atividade física torna-se de fundamental importância.

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Publicado

2019-12-10

Como Citar

1.
Souza DF da S de, Häfele V, Siqueira FV. Dor crônica e nível de atividade física em usuários das unidades básicas de saúde. Rev. Bras. Ativ. Fís. Saúde [Internet]. 10º de dezembro de 2019 [citado 28º de março de 2024];24:1-10. Disponível em: https://rbafs.org.br/RBAFS/article/view/14014

Edição

Seção

Artigos Originais