Fatores associados à participação em programas comunitários de atividade física: Pesquisa Nacional de Saúde 2019

Autores

  • Marília da Silva Alves Universidade Federal de Sergipe, Departamento de Educação Física, São Cristóvão, Sergipe, Brasil. https://orcid.org/0000-0002-2425-4211
  • Roberto Jerônimo dos Santos Silva Universidade Federal de Sergipe, Departamento de Educação Física, São Cristóvão, Sergipe, Brasil. https://orcid.org/0000-0002-4578-7666
  • Cleidison Machado Santana Universidade Federal de Sergipe, Departamento de Educação Física, São Cristóvão, Sergipe, Brasil. https://orcid.org/0000-0002-7600-285X
  • Henry Lima Martins Universidade Federal de Sergipe, Departamento de Educação Física, São Cristóvão, Sergipe, Brasil. https://orcid.org/0000-0001-6041-5847
  • Larissa dos Santos Menezes Universidade Federal de Sergipe, Departamento de Educação Física, São Cristóvão, Sergipe, Brasil. https://orcid.org/0009-0008-8469-3970
  • Viviane de Andrade Simões Universidade Federal de Sergipe, Departamento de Educação Física, São Cristóvão, Sergipe, Brasil. https://orcid.org/0000-0003-2103-1124

DOI:

https://doi.org/10.12820/rbafs.29e0353

Palavras-chave:

Saúde pública, Epidemiologia, Acesso aos serviços de saúde, Políticas públicas

Resumo

Apesar dos investimentos realizados ao redor do mundo, seja no âmbito acadêmico, seja na implementação de políticas públicas, os níveis de atividade física não têm aumentado a contento. Assim, o objetivo deste trabalho é identificar quais os fatores que influenciam na participação em Programas Comunitários de Atividade Física na realidade brasileira. Para isso, utilizando a Pesquisa Nacional de Saúde 2019, investigou-se 20.014 sujeitos considerando como desfecho a participação nesses programas, com variáveis independentes divididas em biológicas e sociodemográficas. Para a análise dos dados utilizou-se da regressão logística binária, com p < 0,05, através do software Jamovi® versão 2.3.21. Observou-se que pessoas do gênero feminino (OR = 1,54; IC 95%: 1,40 - 1,69), “pessoas idosas” (OR = 1,10; IC 95%: 1,01 - 1,21) e pessoas “não brancas” (OR = 1,51; IC95%: 1,38 - 1,66) apresentaram chances elevadas de participação nos Programas Comunitários de Atividade Física. Para o segundo bloco, identificou-se que quem apresentou renda acima de cinco salários mínimos tiveram chances reduzidas em 34% (OR = 0,66; IC 95%: 0,57 - 0,76) quando comparados aos que relataram renda de até um salário, e, os que residiam próximo aos locais públicos para lazer apresentaram chances elevadas de participação (OR = 1,71; IC 95%: 1,52 - 1,92). Em suma, aspectos biológicos e sociodemográficos influenciaram na participação em Programas Comunitários de Atividade Física, contudo, a existência de locais públicos de lazer próximos às residências foi o fator de maior impacto evidenciado.

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Publicado

2024-11-08

Como Citar

1.
Alves M da S, Silva RJ dos S, Santana CM, Martins HL, Menezes L dos S, Simões V de A. Fatores associados à participação em programas comunitários de atividade física: Pesquisa Nacional de Saúde 2019. Rev. Bras. Ativ. Fís. Saúde [Internet]. 8º de novembro de 2024 [citado 21º de novembro de 2024];29:1-8. Disponível em: https://rbafs.org.br/RBAFS/article/view/15244

Edição

Seção

Edição Temática - Políticas Públicas de Atividade Física