Prevalência dos níveis de atividade física e fatores associados entre adolescentes escolares
DOI:
https://doi.org/10.12820/rbafs.27e0272Palavras-chave:
Saúde do adolescente, Ensino médio, Atividade motora, Consumo alimentar, Consumo de bebidas alcoólicasResumo
Este estudo objetivou estimar a prevalência dos níveis insuficientes de atividade física e fatores associados entre adolescentes. Trata-se de um estudo transversal e analítico, realizado em 2017/2018 com estudantes do ensino médio das escolas públicas de Montes Claros, Minas Gerais, Brasil. Utilizou-se o autopreenchimento do IPAQ, versão curta, para avaliar o nível de atividade física, categorizando os adolescentes em ativos, insuficientemente ativos e fisicamente inativos. Variáveis de exposição foram organizadas em blocos: perfil sociodemográfico, consumo alimentar, uso de álcool/drogas, condições de saúde e aulas de educação física escolar. A Regressão Logística Multinomial permitiu estimar odds ratio (OR) e seus respectivos intervalos de confiança (IC) de 95%, com análises corrigidas pelo efeito do desenho. Participaram do estudo 2.040 adolescentes distribuídos em 21 escolas. No total, 21,3% eram insuficientemente ativos e 23,7% fisicamente inativos. As chances de ser insuficientemente ativo foram maiores entre as meninas (OR = 1,39; IC95%: 1,01 – 1,91), que consumiam frutas raramente (OR = 1,54; IC95%: 1,00 – 2,37), que não estavam fazendo nada em relação ao peso corporal (OR = 1,78; IC95%: 1,34 – 2,37) e com autopercepção de saúde regular (OR = 1,75; IC95%: 1,27 – 2,42). Houve maior chance de ser fisicamente inativo entre aqueles com menor renda (OR = 1,44; IC95%: 1,09 – 1,92), que consumiam frutas raramente (OR = 1,76; IC95%: 1,22 – 2,55), com boa autopercepção de saúde (OR = 1,54; IC95%: 1,15 – 2,07) e sem interesse pelas aulas de educação física (OR = 1,69; IC95%: 1,02 – 2,81). O estudo apontou que quase metade dos adolescentes não eram ativos fisicamente, indicando a necessidade de implementações de programas relacionados à promoção da prática de atividade física na adolescência.
Downloads
Referências
World Health Organization (WHO). Global status report on noncommunicable diseases 2010. Geneva: WHO; 2011. Disponível em: < https://www.who.int/nmh/publications/ncd_report_full_en.pdf> [2021 Maio]
Landry BW, Driscoll SW. Physical activity in children and adolescents. PM&R. 2012;4(11):826-32.
Guthold R, Stevens GA, Riley LM, Bull FC. Global trends in insufficient physical activity among adolescents: a pooled analysis of 298 population-based surveys with 1·6 million participants. Lancet Child Adolesc Health. 2020;4(1):23-35.
Condessa LA, Chaves OC, Silva FM, Malta DC, Caiaffa WT. Fatores socioculturais associados à atividade física de meninos e meninas: PeNSE 2012. Rev Saúde Pública. 2019;53:25.
World Health Organization (WHO). Global school-based student health survey (GSHS). Geneva: WHO; 2013. Disponível em: <http://www.who.int/chp/gshs/en> [2021 Maio]
WHO. Guidelines on physical activity and sedentary behavior. Geneve: World Health Organization; 2020. Disponível em: <https://www.who.int/publications/i/item/9789240015128> [2022 Fevereiro].
Leech RM, McNaughton SA, Timperio A. The clustering of diet, physical activity and sedentary behavior in children and adolescents: a review. Int J Behav Nutr Phys Act. 2014;11(1):4.
Paavola M, Vartiainen E, Haukkala A. Smoking, alcohol use, and physical activity: a 13-year longitudinal study ranging from adolescence into adulthood. J Adolesc Heal. 2004;35(3):238-44.
Luiz RR. Planejamento amostral. In: Luiz RR, Costa AJL, Nadanovsky P (eds). Epidemiologia e bioestatística na pesquisa odontológica. 1ª ed. São Paulo: Atheneu; 2005. p. 245-72.
Guedes DP, Lopes CC, Guedes JERP. Reprodutibilidade e validade do Questionário Internacional de Atividade Física em adolescentes. Revista brasileira de medicina do esporte. 2005;11:151-8.
Pesquisa Nacional de Saúde do Escolar (PeNSE). Questionário PeNSE 2015 – Aluno. IBGE: 2015. Disponível em: <https://biblioteca.ibge.gov.br/visualizacao/instrumentos_de_coleta/doc4595.pdf> [2022 Julho].
Fidalgo TM, Tarter R, Da Silveira ED, Kirisci L, Da Silveira DX. Validation of a short version of the revised drug use screening inventory in a Brazilian sample of adolescents. Am J Addict. 2010;19(4):364-7.
Malta DC, Gonçalves RPF, Machado ÍE, Freitas MIDF, Azeredo C, Szwarcwald CL. Prevalência da hipertensão arterial segundo diferentes critérios diagnósticos, Pesquisa Nacional de Saúde. Rev Bras Epidemiol. 2018;21:e180021.
Barbosa Filho VC, Campos WD, Lopes ADS. Epidemiology of physical inactivity, sedentary behaviores, and unhealthy eating among Brazilian adolescentes: a systematic review. Ciênc Saúde Coletiva. 2014;19(1):173-93.
Chung AE, Skinner AC, Steiner MJ, Perrin EM. Physical activity and BMI in a nationally representative sample of children and adolescents. Clin Pediatr. 2012;51:122-9.
Cureau FV, Silva TLN, Bloch KV, Fujimori E, Belfort DR, Carvalho KMB, et al. ERICA: inatividade física no lazer em adolescentes brasileiros. Rev Saúde Pública. 2016;50(Supl.1):4.
Ferreira RW, Varela AR, Monteiro LZ, Häfele CA, Santos SJD, Wendt A, et al. Desigualdades sociodemográficas na prática de atividade física de lazer e deslocamento ativo para a escola em adolescentes: Pesquisa Nacional de Saúde do Escolar (PeNSE 2009, 2012 e 2015). Cad Saúde Pública. 2018;34:e00037917.
Stalsberg R, Pedersen AV. Effects of socioeconomic status on the physical activity in adolescents: a systematic review of the evidence. Scand J Med Sci Sports. 2010;20:368-83.
Oliveira TC, Silva AAM, Santos CJN, Silva JS, Conceição SIO. Atividade física e sedentarismo em escolares da rede pública e privada de ensino em São Luís. Rev Saúde Pública. 2010;44(6):996-1004.
Mendes NVF. Satisfação com a Imagem Corporal em Adolescentes do Ensino Secundário: relação com a prática de atividade física (dissertação de mestrado). Portugal: Escola Superior de Saúde, Instituto politécnico de Leiria; 2016.
Miranda VPN, Morais NS, Faria ER, Amorim PRS, Marins JCB, Franceschini SCC, et al. Insatisfação corporal, nível de atividade física e comportamento sedentário em adolescentes do sexo feminino. Rev Paul Pediat. 2018;36(4):482-90.
Page RM, Suwanteerangkul J. Self-rated health,psychosocial functioning, and health-related behavior among Thai adolescents. Pediatr Int. 2009;51:120-5.
Manz K, Mensink GBM, Finger JD, Haftenberger M, Brettschneider AK, Lage Barbosa C, et al. Associations between Physical Activity and Food Intake among Children and Adolescents: Results of KiGGS Wave 2. Nutrients. 2019;11(5):1060.
Organização Pan-Americana da Saúde (OPAS). Ação Global Acelerada para a Saúde de Adolescentes (AA-HA!): Guia de Orientação para apoiar a implementação pelos países. Brasília: OPAS; 2018. Disponível em: < https://iris.paho.org/handle/10665.2/49095> [2022 Julho].
Ranjit N, Evans MH, Byrd-Williams C, Evans AE, Hoelscher DM. Dietary and activity correlates of sugar-sweetened beverage consumption among adolescents. Pediatrics. 2010;126(4):e754-61.
Costa CDS, Flores TR, Wendt A, Neves RG, Assunção MCF, Santos IS. Comportamento sedentário e consumo de alimentos ultraprocessados entre adolescentes brasileiros: Pesquisa Nacional de Saúde do Escolar (PeNSE), 2015. Cad Saúde Pública. 2018;34:e00021017.
Henriques P, Dias PC, Burlandy L. A regulamentação da propaganda de alimentos no Brasil: convergências e conflitos de interesses. Cad Saúde Pública. 2014;30:1219-28.
Maia EG, Silva LESD, Santos MAS, Barufaldi LA, Silva SUD, Claro RM. Padrões alimentares, características sociodemográficas e comportamentais entre adolescentes brasileiros. Rev Bras Epidemiol. 2018;21:e180009.
Moreira CH, Maciel LFP, do Nascimento RK, Folle A. Motivação de estudantes nas aulas de educação física: um estudo de revisão. Corpoconsciência. 2017;67-79.
Soares CA, Hallal P. Interdependência entre a participação em aulas de Educação Física e níveis de atividade física de jovens brasileiros: estudo ecológico. Rev Bras Ati Fís Saúde. 2015;20(6):588.
Downloads
Publicado
Como Citar
Edição
Seção
Licença
Copyright (c) 2022 Revista Brasileira de Atividade Física & Saúde
Este trabalho está licenciado sob uma licença Creative Commons Attribution 4.0 International License.