Atividade física de lazer e barreiras percebidas por homens homossexuais em uma cidade de meio porte do Sudeste do Brasil
DOI:
https://doi.org/10.12820/rbafs.30e0379Palavras-chave:
Minorias sexuais e de gênero, Barreiras ao acesso aos cuidados de saúde, HomofobiaResumo
Objetivo: Investigar o nível de atividade física de lazer, modalidades e o locais de prática, as barreiras percebidas e a homofobia relatada por homens homossexuais. Métodos: Trata-se de estudo transversal realizado por meio de formulário. A amostra final foi composta por 62 homens homossexuais (27,8 ± 6,0 anos de idade), residentes do município de Uberaba, Minas Gerais. Resultado: A prevalência de fisicamente ativos foi alta (62,9%). O nível de atividade física não foi associado às variáveis demográficas e à percepção de saúde. As modalidades mais praticadas foram caminhadas (46,8%) e musculação (46,8%), enquanto os locais mais citados foram academias particulares (56,5%) e vias públicas (40,3%). As barreiras mais percebidas foram a jornada extensa de trabalho (62,9%), tarefas domésticas (40,3%) e falta de energia (35%), sendo as duas primeiras associadas ao nível de atividade física e a idade (p < 0,05). Entre os participantes, 37% relataram ter sofrido preconceito em locais de prática de atividade física, principalmente em ruas e academias privadas. Conclusão: Constatou-se que apensar das barreiras (jornada extensa de trabalho, as tarefas domésticas e a falta de energia) percebidas por homens homossexuais, a prevalência de fisicamente ativos é alta, sendo que a maioria pratica caminhada e/ou musculação. Ainda o preconceito é presente em distintos locais da prática de atividade física.
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