Destinos e distâncias da caminhada recreativa e utilitária: estudo empírico na cidade de Londrina-Paraná

Autores

  • Ayla Ziger Dalgallo Universidade Estadual de Londrina, Programa Associado de Pós-Graduação em Arquitetura e Urbanismo, Londrina, Paraná, Brasil. https://orcid.org/0000-0002-5885-1954
  • Ana Luiza Favarão Leão Universidade Estadual de Londrina, Programa Associado de Pós-Graduação em Arquitetura e Urbanismo, Londrina, Paraná, Brasil. https://orcid.org/0000-0002-0914-0937
  • Milena Kanashiro Universidade Estadual de Londrina, Programa Associado de Pós-Graduação em Arquitetura e Urbanismo, Londrina, Paraná, Brasil. https://orcid.org/0000-0002-8796-4237

DOI:

https://doi.org/10.12820/rbafs.29e0337

Palavras-chave:

Ambiente construído, Planejamento urbano, Mobilidade ativa, Mobilidade sustentável, Meios de transporte

Resumo

Pesquisas indicam correlatos ambientais distintos para caminhada utilitária e recreativa. Este estudo teve como objetivo identificar locais, destinos e distância percorrida em caminhadas recreativas e utilitárias, e comparar espacialmente a percepção sobre os locais caminhados. Para isso, foi realizado um estudo observacional transversal, conduzido em Londrina, Brasil. Os dados foram coletados através de questionário aplicado na plataforma Survey123, que contemplou pessoas maiores de 18 anos que reportassem ao menos uma rota de caminhada realizada no município de Londrina. A análise dos deslocamentos reportados foi feita pela estimativa de densidade de Kernel e as distâncias de caminhada foram analisadas através do coeficiente de correlação ponto-bisserial – rpb. A espacialização dos dados perceptivos, obtidos através do questionário Neighborhood Environment Walkability Scale – NEWS, foi realizada pela identificação de agrupamentos significativos através do indicador Gi*. A amostra totalizou 182 participantes e 305 deslocamentos a pé, dos quais, 61 classificados como caminhada recreativa e 244 como utilitária. Os locais de maior densidade de deslocamentos recreativos possuem ampla infraestrutura para pedestres, enquanto os de concentração de deslocamentos utilitários são caracterizados pela diversidade de uso do solo. A caminhada recreativa registrou distância média de 3.955,3 ± 2.503,5m sendo que, para a caminhada utilitária, a média foi 1.247,0 ± 1.034,0m. A correlação ponto-bisserial obteve rpb = 0,611 e p<0,001, moderada a forte, indicando correlação positiva entre a realização de viagens recreativas e uma maior distância média de caminhada. A pesquisa contribui para a investigação do comportamento de caminhada pela associação de variáveis objetivas e subjetivas e pela captura dos trajetos de deslocamento a pé.

Downloads

Não há dados estatísticos.

Referências

Sallis JF, Cervero RB, Ascher W, Henderson KA, Kraft MK, Kerr J. An ecological approach to creating active living communities. Annu Rev Public Health. 2006;27:297–322. doi: https://doi.org/10.1146/annurev.publhealth.27.021405.102100. DOI: https://doi.org/10.1146/annurev.publhealth.27.021405.102100

Lo RH. Walkability: what is it? J Urban Int Res Placemaking Urban Sustain. 2009;2(2):145–66. doi: https://doi.org/10.1080/17549170903092867. DOI: https://doi.org/10.1080/17549170903092867

Sallis JF, Saelens BE, Frank LD, Conway TL, Slymen DJ, Cain KL, et al. Neighborhood built environment and income: Examining multiple health outcomes. Soc Sci Med. 2009;68(7):1285–93. doi: https://doi.org/10.1016/j.socscimed.2009.01.017. DOI: https://doi.org/10.1016/j.socscimed.2009.01.017

Pucher J, Buehler R. Walking and cycling for healthy cities. Built Environ. 2010;36(4):391–414. doi: https://doi.org/10.2148/benv.36.4.391. DOI: https://doi.org/10.2148/benv.36.4.391

Saelens BE, Sallis JF, Frank LD. Environmental correlates of walking and cycling: Findings from the transportation, urban design, and planning literatures. Ann Behav Med. 2003;25(2):80–91. doi: https://doi.org/10.1207/S15324796ABM2502_03. DOI: https://doi.org/10.1207/S15324796ABM2502_03

Agrawal AW, Schlossberg M, Irvin K. How far, by which route and why? A spatial analysis of pedestrian preference. J Urban Des. 2008;13(1):81–98. doi: https://doi.org/10.1080/13574800701804074. DOI: https://doi.org/10.1080/13574800701804074

Kang B, Moudon AV, Hurvitz PM, Saelens BE. Differences in behavior, time, location, and built environment between objectively measured utilitarian and recreational walking. Transp Res Part D Transp Environ. 2017;57:185–94. doi: https://doi.org/10.1016/j.trd.2017.09.026.

Owen N, Humpel N, Leslie E, Bauman A, Sallis JF. Understanding environmental influences on walking: Review and research agenda. Am J Prev Med. 2004;27(1):67–76. doi: https://doi.org/10.1016/j.amepre.2004.03.006. DOI: https://doi.org/10.1016/j.amepre.2004.03.006

Forsyth A. What is a walkable place? The walkability debate in urban design. URBAN Des Int. 2015;20(4):274–92. doi: https://doi.org/10.1057/udi.2015.22. DOI: https://doi.org/10.1057/udi.2015.22

Tudor-Locke C, van der Ploeg HP, Bowles HR, Bittman M, Fisher K, Merom D, et al. Walking behaviours from the 1965-2003 American Heritage Time Use Study (AHTUS). Int J Behav Nutr Phys Act. 2007;4(1):45. doi: https://doi.org/10.1186/1479-5868-4-45. DOI: https://doi.org/10.1186/1479-5868-4-45

Cleland C, Reis RS, Ferreira Hino AA, Hunter R, Fermino RC, Koller Paiva H, et al. Built environment correlates of physical activity and sedentary behaviour in older adults: A comparative review between high and low-middle income countries. Heal Place. 2019;57(April):277–304. doi: https://doi.org/10.1016/j.healthplace.2019.05.007. DOI: https://doi.org/10.1016/j.healthplace.2019.05.007

Elshahat S, O’Rorke M, Adlakha D. Built environment correlates of physical activity in low- and middle-income countries: A systematic review. PLoS One. 2020;15(3):e0230454. doi: https://doi.org/10.1371/journal.pone.0230454. DOI: https://doi.org/10.1371/journal.pone.0230454

Johansson M, Sternudd C, Kärrholm M. Perceived urban design qualities and affective experiences of walking. J Urban Des. 2016;21(2):256–75. doi: https://doi.org/10.1080/13574809.2015.1133225. DOI: https://doi.org/10.1080/13574809.2015.1133225

Arellana J, Saltarín M, Larrañaga AM, Alvarez V, Henao CA. Urban walkability considering pedestrians’ perceptions of the built environment: a 10-year review and a case study in a medium-sized city in Latin America. Transp Rev [online]. 2020;40(2):183–203. doi: https://doi.org/10.1080/01441647.2019.1703842. DOI: https://doi.org/10.1080/01441647.2019.1703842

Dalgallo AZ, Leão ALF, Kanashiro M. Datos de la caminata usando webGIS. Rev. Lat.-am. Ambiente Construído Sustentabilidade [online]. 2021;2(6):55–67. doi: https://doi.org/10.17271/rlass.v2i6.2995. DOI: https://doi.org/10.17271/rlass.v2i6.2995

Cerin E, Conway TL, Cain KL, Kerr J, Bourdeaudhuij I, Owen N, et al. Sharing good NEWS across the world: Developing comparable scores across 12 countries for the neighborhood environment walkability scale (NEWS). BMC Public Health. 2013;13(1):1–14. doi: https://doi.org/10.1186/1471-2458-13-309. DOI: https://doi.org/10.1186/1471-2458-13-309

Malavasi LM, Duarte MFS, Both J, Reis RS. Escala de Mobilidade Ativa no Ambiente Comunitário - NEWS Brasil: Retradução e Reprodutibilidade. Rev Bras Cineantropometria Desempenho Hum. 2007;9(4):339–50. doi: https://doi.org/ https://doi.org/10.1590/%25x.

Kang B, Moudon AV, Hurvitz PM, Saelens BE. Differences in behavior, time, location, and built environment between objectively measured utilitarian and recreational walking. Transp Res Part D Transp Environ [online]. 2017;57:185–94. doi: https://doi.org/10.1016/j.trd.2017.09.026.

Parzen E. On Estimation of a Probability Density Function and Mode. Ann Math Stat. 1962;33(3):1065–76. DOI: https://doi.org/10.1214/aoms/1177704472

Lev J. The Point Biserial Coefficient of Correlation. Ann Math Stat. 1949;20(1):125–6. DOI: https://doi.org/10.1214/aoms/1177730103

Tate RF. Correlation Between a Discrete and a Continuous Variable. Point-Biserial Correlation. Ann Math Stat. 1954;25(3):603–7. DOI: https://doi.org/10.1214/aoms/1177728730

Getis A, Ord JK. The Analysis of Spatial Association by Use of Distance Statistics. Geogr Anal. 2010;24(3):189–206. doi: https://doi.org/10.1007/978-3-642-01976-0_10. DOI: https://doi.org/10.1111/j.1538-4632.1992.tb00261.x

Akoglu H. User’s guide to correlation coefficients. Turkish J Emerg Med [online]. 2018;18(3):91–3. doi: https://doi.org/10.1016/j.tjem.2018.08.001. DOI: https://doi.org/10.1016/j.tjem.2018.08.001

Instituto de Pesquisa e Planejamento Urbano de Londrina. Plano de Mobilidade [Internet]. 2019. Disponível em: https://ippul.londrina.pr.gov.br/index.php/plano-de-mobilidade.html.

Polidoro M, Lollo JA de, Neto OCP. Sprawl urbano em Londrina e os desafios para o planejamento urbano. Confins. 2011;(12). doi: https://doi.org/10.4000/confins.7205. DOI: https://doi.org/10.4000/confins.7064

Lopes GTA, Urbano MR, Hino AAF, Kanashiro M. Avaliação de uso de parques por meio de protocolos da saúde pública: um estudo comparativo. Ambient Constr. 2021;21(2):225–41. doi: https://doi.org/10.1590/s1678-86212021000200523. DOI: https://doi.org/10.1590/s1678-86212021000200523

Kang B, Moudon AV, Hurvitz PM, Saelens BE. Differences in behavior, time, location, and built environment between objectively measured utilitarian and recreational walking. Transp Res D Transp Environ. 2017;57:185–94. doi: https://doi.org/10.1016/j.trd.2017.09.026. DOI: https://doi.org/10.1016/j.trd.2017.09.026

Cain KL, Millstein RA, Sallis JF, Conway TL, Gavand KA, Frank LD, et al. Contribution of streetscape audits to explanation of physical activity in four age groups based on the Microscale Audit of Pedestrian Streetscapes (MAPS). Soc Sci Med. 2014;116:82–92. doi: https://doi.org/10.1016/j.socscimed.2014.06.042. DOI: https://doi.org/10.1016/j.socscimed.2014.06.042

Khan ML, Welser HT, Cisneros C, Manatong G, Idris IK. Digital inequality in the Appalachian Ohio: Understanding how demographics, internet access, and skills can shape vital information use (VIU). Telemat Informat. 2020;50:101380. doi: https://doi.org/10.1016/j.tele.2020.101380. DOI: https://doi.org/10.1016/j.tele.2020.101380

Wright KB. Researching Internet-Based Populations: Advantages and Disadvantages of Online Survey Research, Online Questionnaire Authoring Software Packages, and Web Survey Services. J Comput Commun. 2005;10(3). doi: https://doi.org/10.1111/j.1083-6101.2005.tb00259.x. DOI: https://doi.org/10.1111/j.1083-6101.2005.tb00259.x

Downloads

Publicado

2024-06-26

Como Citar

1.
Dalgallo AZ, Leão ALF, Kanashiro M. Destinos e distâncias da caminhada recreativa e utilitária: estudo empírico na cidade de Londrina-Paraná. Rev. Bras. Ativ. Fís. Saúde [Internet]. 26º de junho de 2024 [citado 2º de julho de 2024];29:1-9. Disponível em: https://rbafs.org.br/RBAFS/article/view/15275

Edição

Seção

Artigos Originais