Atividade física, depressão, ansiedade e estresse em adultos e idosos na pandemia COVID-19 no Brasil

Autores

  • Milton José de Azevedo Universidade de São Paulo, Escola de Educação Física e Esporte de Ribeirão Preto, Ribeirão Preto, São Paulo, Brasil. https://orcid.org/0000-0003-1337-4397
  • Gabriel Peinado Costa Universidade de São Paulo, Escola de Educação Física e Esporte de Ribeirão Preto, Ribeirão Preto, São Paulo, Brasil. https://orcid.org/0000-0003-0687-6671
  • João Luiz Andrella Universidade de São Paulo, Escola de Educação Física e Esporte de Ribeirão Preto, Ribeirão Preto, São Paulo, Brasil. https://orcid.org/0000-0002-8447-6393
  • Elisângela Aparecida da Silva Lizzi Universidade Tecnológica Federal do Paraná, Departamento Acadêmico de Matemática, Cornélio Procópio, Paraná, Brasil. https://orcid.org/0000-0001-7064-263X
  • Átila Alexandre Trapé Universidade de São Paulo, Escola de Educação Física e Esporte de Ribeirão Preto, Ribeirão Preto, São Paulo, Brasil. https://orcid.org/0000-0001-6487-8160

DOI:

https://doi.org/10.12820/rbafs.28e0323

Palavras-chave:

Saúde mental, Comportamento sedentário, Coronavírus, Transtorno mental

Resumo

O objetivo foi verificar se há relação entre os níveis de atividade física e a indicação de risco associado para depressão, ansiedade e estresse em adultos e idosos durante um período da pandemia da COVID-19 no Brasil. Estudo transversal, entre outubro e novembro de 2021, foi realizado por meio de um formulário online, com perguntas sobre dados sociodemográficos, prática de atividade física antes e durante a pandemia, estado de saúde, saúde mental - Escala de Depressão, Ansiedade e Estresse (DASS-21) e nível de atividade física - Questionário Internacional de Atividade Física (IPAQ). A análise estatística foi realizada por meio do teste Qui-Quadrado com nível de significância de 5% e análise de correspondência múltipla. Participaram 1044 homens e mulheres, com idade entre 18 e 75 anos, de todo território nacional. Entre os participantes, 48,0%, 35,9% e 61,1% apresentaram indicação de risco associado para depressão, ansiedade e estresse, respectivamente. Os participantes adultos 93,4%, do gênero feminino 66,8%, nível de escolaridade até o ensino superior 54,2% e solteiros 57,5%, bem como os com nível baixo de atividade física 36,1% e que relataram piora na prática durante a pandemia 53,9% apresentaram maior indicação de risco para depressão, ansiedade e estresse (p<0,05). Em síntese, pessoas fisicamente ativas e que conseguiram manter ou melhorar a prática durante a pandemia, apresentaram menor indicação de risco associado para problemas relacionados à saúde mental. É importante considerar o planejamento de políticas públicas sob a ótica da equidade, para auxiliar pessoas com maior vulnerabilidade no acesso à atividade física.

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Publicado

2024-04-11

Como Citar

1.
Azevedo MJ de, Costa GP, Andrella JL, Lizzi EA da S, Trapé Átila A. Atividade física, depressão, ansiedade e estresse em adultos e idosos na pandemia COVID-19 no Brasil. Rev. Bras. Ativ. Fís. Saúde [Internet]. 11º de abril de 2024 [citado 18º de maio de 2024];28:1-13. Disponível em: https://rbafs.org.br/RBAFS/article/view/15156

Edição

Seção

Artigos Originais