Caraterização da atividade física e aptidão física de acordo com os níveis de solidão em adultos 50+
DOI:
https://doi.org/10.12820/rbafs.27e0276Palavras-chave:
Escala de solidão, Sedentarismo, Questionário internacional de atividade física, Sénior fitness testeResumo
A solidão é uma percepção de insatisfação que parece resultar da carência de relacionamentos significativos, sendo múltiplos os seus potenciais fatores causais. A atual evidência não é robusta no que diz respeito à associação da solidão com a atividade física (AF) e aptidão física (ApF) em adultos 50+. O objetivo deste estudo transversal é caracterizar a AF e ApF de acordo com a solidão. Os 62 indivíduos portugueses (64,68 ± 6,85 anos; 68% mulheres) foram avaliados para solidão (Escala de Solidão de 16 itens da Universidade da Califórnia em Los Angeles - UCLA-16) e classificados como Isolamento Social ou Afinidades, i.e., presença de relações socias significativas. A AF foi estimada por questionário (Questionário Internacional de AF - Versão Curta - IPAQ-SV) e a ApF medida pela bateria Senior Fitness Test (força de membros superiores e inferiores, flexibilidade de membros superiores e membros inferiores, aptidão cardiorrespiratória e agilidade e equilíbrio dinâmico. Foram utilizadas estatísticas descritivas. A comparação entre grupos foi realizada através de testes paramétricos (teste-t, ANCOVA ajustada ao sexo e qui quadrado) e não paramétricos (Mann-Whitney). A prevalência de isolamento social foi de 53%. O grupo Afinidades apresentou mais AF moderada a vigorosa comparativamente ao grupo Isolamento Social (11,43 [0,00 – 17,14] vs (0,00 [0,00 – 12,86], respetivamente; p = 0,041). Após ajuste para o sexo, as diferenças deixaram de ser significativas. Os grupos de solidão não foram diferentes relativamente à ApF. A AF parece contribuir para um melhor perfil mental de adultos e idosos, contudo, os resultados devem ser confirmados em estudos com amostras maiores.
Downloads
Referências
Cacioppo JT, Cacioppo S. The growing problem of loneliness. Lancet. 2018;391(10119):426. DOI: https://doi.org/10.1016/S0140-6736(18)30142-9
National Academies of Sciences, Engineering, and Medicine; Division of Behavioral and Social Sciences and Education; Health and Medicine Division; Board on Behavioral, Cognitive, and Sensory Sciences; Board on Health Sciences Policy; Committee on the Health and Medical Dimensions of Social Isolation and Loneliness in Older Adults. Social Isolation and Loneliness in Older Adults: Opportunities for the Health Care System. Washington (DC): National Academies Press (US). 2020.
Domènech-Abella J, Lara E, Rubio-Valera M, Olaya B, Moneta M, Rico-Uribe L, et al. Loneliness and depression in the elderly: the role of social network. Soc Psychiatry Psychiatr Epidemio. 2017;52:381. DOI: https://doi.org/10.1007/s00127-017-1339-3
Luo Y, Hawkley LC, Waite LJ, Cacioppo JT. Loneliness, health, and mortality in old age. Soc Sci Med. 2012;20(8):6501–4.
Pels F, Kleinert J. Loneliness and physical activity: A systematic review. Int Rev Sport Exerc Psychol. 2016;9(1):231–60. DOI: https://doi.org/10.1080/1750984X.2016.1177849
Vancampfort D, Lara E, Smith L, Rosenbaum S, Firth J, Stubbs B, et al. Physical activity and loneliness among adults aged 50 years in six low- and middle-income countries. Int J Geriatr Psychiatry. 2020;34(12):1855–64. DOI: https://doi.org/10.1002/gps.5202
McKee G, Kearney PM, Kenny RA. The factors associated with self-reported physical activity in older adults living in the community. Age Ageing. 2015;44(4):586–92. DOI: https://doi.org/10.1093/ageing/afv042
Harris TJ, Owen CG, Victor CR, Adams R, Cook DG. What factors are associated with physical activity in older people, assessed objectively by accelerometry? Br J Sports Med. 2009;43(6):442–50. DOI: https://doi.org/10.1136/bjsm.2008.048033
Meurer ST, Benedetti TRB, Mazo GZ. Fatores motivacionais de idosos praticantes de exercícios físicos: Um estudo baseado na teoria da autodeterminação. Estud Psicol. 2012;17(2):299–304. DOI: https://doi.org/10.1590/S1413-294X2012000200014
Chou C, Hwang C, Wu Y. Chou CH, Hwang CL, Wu YT. Efeito do exercício na função física, atividades de vida diária e qualidade de vida em idosos frágeis: uma meta-análise. Arch Phys Med Rehabil. 2012;93:237–44. DOI: https://doi.org/10.1016/j.apmr.2011.08.042
Manini T, Pahor M. Atividade física e manutenção da função física em idosos. Br J Sport Med. 2009;43:28–31. DOI: https://doi.org/10.1136/bjsm.2008.053736
Jones CA, Siever J, Knuff K, Van Bergen C, Mick P, Little J, et al. Walk, Talk and Listen: A pilot randomised controlled trial targeting functional fitness and loneliness in older adults with hearing loss. BMJ Open. 2019;9(4):1–10. DOI: https://doi.org/10.1136/bmjopen-2018-026169
Philip KEJ, Polkey MI, Hopkinson NS, Steptoe A, Fancourt D. Social isolation, loneliness and physical performance in older-adults: fixed effects analyses of a cohort study. Sci Rep. 2020 Aug 17;10(1):13908. DOI: https://doi.org/10.1038/s41598-020-70483-3
Xavier AI, Rodrigues AL, Oliveira F. HUMANA GLOBAL Associação para a Promoção dos Direitos Humanos, da Cultura e do Desenvolvimento A Organização das Nações Unidas. 2007.
Pocinho M, Farate C, Dias C. Validação psicométrica da escala UCLA-loneliness para idosos portugueses. Interações Soc e novas Mod. 2010;18:65–77.
Craig CL, Marshall AL, Sjöström M, Bauman AE, Booth ML, Ainsworth BE, et al. International physical activity questionnaire: 12-Country reliability and validity. Med Sci Sports Exerc. 2003;35(8):1381–95. DOI: https://doi.org/10.1249/01.MSS.0000078924.61453.FB
Rikli RE, Jones CJ. Senior fitness test manual. Champaign, IL: Human Kinetics. Champaign, IL: Human Kinetics. 2001.
Miot HA. Avaliação da normalidade dos dados em estudos clínicos e experimentais. J Vasc Bras. 2017;16(2):88-91.
Savikko N, Routasalo P, Tilvis RS, Strandberg TE, Pitkälä KH. Predictors and subjective causes of loneliness in an aged population. Arch Gerontol Geriatr. 2005;41(3):223–33. DOI: https://doi.org/10.1016/j.archger.2005.03.002
Stathokostas L, Al. Flexibility of older adults aged 55–86 years and the influence of physical activity. J Aging Res. 2013;1:743–843. DOI: https://doi.org/10.1155/2013/743843
Avila JJ, Gutierres JA, Sheehy ME, Lofgren IE, Delmonico MJ. Effect of moderate intensity resistance training during weight loss on body composition and physical performance in overweight older adults. Eur J Appl Physiol. 2010;109(3):517–25. DOI: https://doi.org/10.1007/s00421-010-1387-9
Russell DW, Cutrona CE, de la Mora A, Wallace RB. Loneliness and nursing home admission among rural older adults. Psychology and Aging. 1997;12:574–89. DOI: https://doi.org/10.1037/0882-7974.12.4.574
em estudos clínicos e experimentais. J Vasc Bras. 2017;16(2):88-91. DOI: https://doi.org/10.1590/1677-5449.041117
Gates DH, Walters LS, Cowley J, Wilken JM, Resnik L. Range of motion requirements for upper-limb activities of daily living. Am J Occup Ther. 2016;70(1). DOI: https://doi.org/10.5014/ajot.2016.015487
ACSM, Ehrman J, Liguori G, Magal M. ACSM’s guide- lines for exercise testing and prescription. 10th ed. Philadelphia; 2018.
Guaralnik JM, Ferruci L, Simonsick EM, Salive ME, Wallace RB. Lower-extremity function in persons over the age 70 years as a predictor as subsequent disability. N Engl J Med. 1996;332:556–61. DOI: https://doi.org/10.1056/NEJM199503023320902
Kobayashi, L. C., & Steptoe, A. Social isolation, loneliness, and health behaviors at older ages: Longitudinal cohort study. Annals of Behavioral Medicine. 2018;52(7):582–93. DOI: https://doi.org/10.1093/abm/kax033
Bull FC, Al-Ansari SS, Biddle S, Borodulin K, Buman MP, Cardon G, et al. World Health Organization 2020 guidelines on physical activity and sedentary behaviour. Br J Sports Med. 2020;54(24):1451–62. DOI: https://doi.org/10.1136/bjsports-2020-102955
Stenlund S, Junttila N, Koivumaa-Honkanen H, et al. Longitudinal stability and interrelations between health behavior and subjective well-being in a follow-up of nine years. PLoS One. 2021;16(10):e0259280. DOI: https://doi.org/10.1371/journal.pone.0259280
Stenlund S, Koivumaa-Honkanen H, Sillanmäki L, Lagström H, Rautava P, Suominen S. Changed health behavior improves subjective well-being and vice versa in a follow-up of 9 years. Health Qual Life Outcomes. 2022;20(1):66. DOI: https://doi.org/10.1186/s12955-022-01972-4
Downloads
Publicado
Como Citar
Edição
Seção
Licença
Copyright (c) 2023 Simão Pedro-Costa, Aoife Hiney, Arnaldina Sampaio, José Pedro Guimarães, Lucimere Bohn, Inês Marques-Aleixo

Este trabalho está licenciado sob uma licença Creative Commons Attribution 4.0 International License.
Ao submeter um manuscrito à Revista Brasileira de Atividade Física & Saúde, os autores mantêm a titularidade dos direitos autorais sobre o artigo, e autorizam a Revista Brasileira de Atividade Física & Saúde a publicar esse manuscrito sob a Licença Creative Commons Atribuição 4.0 e identificá-la como veículo de sua publicação original.