Caraterização da atividade física e aptidão física de acordo com os níveis de solidão em adultos 50+

Autores

  • Simão Pedro-Costa Research Centre in Physical Activity, Health and Leisure, Laboratory for Integrative and Translational Research in Population Health, Faculty of Sport, University of Porto, Porto, Portugal. Faculty of Psychology, Education and Sports, Lusófona University of Porto, Porto, Portugal. https://orcid.org/0000-0002-9808-0306
  • Aoife Hiney INET- md, University of Aveiro; Higher School of Education, Polytechnic Institute of Porto. Higher School of Education, Polytechnic Institute of Porto https://orcid.org/0000-0002-0824-5227
  • Arnaldina Sampaio Research Centre in Physical Activity, Health and Leisure, Laboratory for Integrative and Translational Research in Population Health, Faculty of Sport, University of Porto, Porto, Portugal. Faculty of Psychology, Education and Sports, Lusófona University of Porto, Porto, Portugal. https://orcid.org/0000-0003-3644-2946
  • José Pedro Guimarães Faculty of Psychology, Education and Sports, Lusófona University of Porto, Porto, Portugal. https://orcid.org/0000-0002-5697-8003
  • Lucimere Bohn Research Centre in Physical Activity, Health and Leisure, Laboratory for Integrative and Translational Research in Population Health, Faculty of Sport, University of Porto, Porto, Portugal. Faculty of Psychology, Education and Sports, Lusófona University of Porto, Porto, Portugal. https://orcid.org/0000-0001-7988-968X
  • Inês Marques-Aleixo Research Centre in Physical Activity, Health and Leisure, Laboratory for Integrative and Translational Research in Population Health, Faculty of Sport, University of Porto, Porto, Portugal. Faculty of Psychology, Education and Sports, Lusófona University of Porto, Porto, Portugal. https://orcid.org/0000-0003-3438-0868

DOI:

https://doi.org/10.12820/rbafs.27e0276

Palavras-chave:

Escala de solidão, Sedentarismo, Questionário internacional de atividade física, Sénior fitness teste

Resumo

A solidão é uma percepção de insatisfação que parece resultar da carência de relacionamentos significativos, sendo múltiplos os seus potenciais fatores causais. A atual evidência não é robusta no que diz respeito à associação da solidão com a atividade física (AF) e aptidão física (ApF) em adultos 50+. O objetivo deste estudo transversal é caracterizar a AF e ApF de acordo com a solidão. Os 62 indivíduos portugueses (64,68 ± 6,85 anos; 68% mulheres) foram avaliados para solidão (Escala de Solidão de 16 itens da Universidade da Califórnia em Los Angeles - UCLA-16) e classificados como Isolamento Social ou Afinidades, i.e., presença de relações socias significativas. A AF foi estimada por questionário (Questionário Internacional de AF - Versão Curta - IPAQ-SV) e a ApF medida pela bateria Senior Fitness Test (força de membros superiores e inferiores, flexibilidade de membros superiores e membros inferiores, aptidão cardiorrespiratória e agilidade e equilíbrio dinâmico. Foram utilizadas estatísticas descritivas. A comparação entre grupos foi realizada através de testes paramétricos (teste-t, ANCOVA ajustada ao sexo e qui quadrado) e não paramétricos (Mann-Whitney). A prevalência de isolamento social foi de 53%. O grupo Afinidades apresentou mais AF moderada a vigorosa comparativamente ao grupo Isolamento Social (11,43 [0,00 – 17,14] vs (0,00 [0,00 – 12,86], respetivamente; p = 0,041). Após ajuste para o sexo, as diferenças deixaram de ser significativas. Os grupos de solidão não foram diferentes relativamente à ApF. A AF parece contribuir para um melhor perfil mental de adultos e idosos, contudo, os resultados devem ser confirmados em estudos com amostras maiores.

Downloads

Não há dados estatísticos.

Biografia do Autor

Aoife Hiney, INET- md, University of Aveiro; Higher School of Education, Polytechnic Institute of Porto. Higher School of Education, Polytechnic Institute of Porto

Aoife Hiney concluiu o Doutoramento em Música (2017) e o Mestrado em Música (Performance – Direção Coral, 2012) na Universidade de Aveiro (UA). Tem um Honours Degree em Educação Musical do Trinity College, Dublin (2007). Atualmente é professora adjunta convidada na Escola Superior de Educação do Instituto Politécnico do Porto, professora auxiliar convidada na UA e investigadora integrada no INET-md/UA, onde trabalha especificamente no projeto SOMA (Sons e Memórias de Aveiro) e no LABEAMUS  - Laboratório para o Ensino e Aprendizagem de Músicas na Universidade de Aveiro.

Arnaldina Sampaio, Research Centre in Physical Activity, Health and Leisure, Laboratory for Integrative and Translational Research in Population Health, Faculty of Sport, University of Porto, Porto, Portugal. Faculty of Psychology, Education and Sports, Lusófona University of Porto, Porto, Portugal.

Arnaldina Sampaio é Professora na Universidade Lusófona do Porto e Country Manager da Associação Siel Bleu em Portugal. Foi Investigadora Doutorado do Projeto "Body and Brain" do Centro de Investigação em Actividade Física, Saúde e Lazer (CIAFEL). É doutorada em Atividade Física e Saúde pela Faculdade de Desporto da Universidade do Porto. Desenvolve a sua investigação na relação demência/programas de atividade física, em ambientes institucionais e comunitários. Os seus interesses centram-se na elaboração, implementação e disseminação programas de exercício para idosos, noemadamente com demência.

José Pedro Guimarães, Faculty of Psychology, Education and Sports, Lusófona University of Porto, Porto, Portugal.

José Pedro dos Santos Guimarães concluiu o Doutoramento em Educación, Deporte y Salud em 2019 pela Universidade de Vigo - Campus de Pontevedra. Concluiu o Mestrado em Ensino de Educação Física nos Ensinos Básico e Secundário em 2012 pelo Instituto Universitário da Maia e a Licenciatura em Educação Física e Desporto em 2007 pela mesma instituição. Atualmente, é Professor Auxiliar e Subdiretor 1º Ciclo em Educação Física e Desporto da Universidade Lusófona do Porto. Atua na área das Ciências Médicas e da Saúde com ênfase em Ciências do Desporto.

Lucimere Bohn, Research Centre in Physical Activity, Health and Leisure, Laboratory for Integrative and Translational Research in Population Health, Faculty of Sport, University of Porto, Porto, Portugal. Faculty of Psychology, Education and Sports, Lusófona University of Porto, Porto, Portugal.

Lucimere Bohn concluiu o Doutoramento em Atividade Física e Saúde em 2017, Mestrado em Atividade Física para aTerceira Idade em 2010 e Licenciatura em Educação Física e Desporto em 2006 pela Universidade do Porto Faculdade de Desporto. É investigadora do Centro de Investigação em Actividade Física, Saúde e Lazer da Faculdade de Desporto da Universidade do Porto e do Laboratório para a Investigação Integrativa e Translacional em Saúde Populacional (CIAFEL-ITR). É Professora Auxiliar e Diretora do Mestrado em Exercício e Saúde da Faculdade de Psicologia Educação e Desporto, Universidade Lusófona do Porto. Publicou mais de 20 artigos em revistas especializadas. Integrou equipas de investigação de projetos de Investigação financiados a nível Europeu.

Inês Marques-Aleixo, Research Centre in Physical Activity, Health and Leisure, Laboratory for Integrative and Translational Research in Population Health, Faculty of Sport, University of Porto, Porto, Portugal. Faculty of Psychology, Education and Sports, Lusófona University of Porto, Porto, Portugal.

Inês Marques Aleixo concluiu o Doutoramento em Atividade Física e Saúde em 2014, Mestrado em Atividade Física e Saúde em 2008, Mestrado em Atividade Física Adaptada em 2009 e Licenciatura em Educação Física e Desporto em 2006 pela Universidade do Porto Faculdade de Desporto. É Professora Auxiliar e Diretora da Licenciatura em Educação Física e Desporto da Faculdade de Psicologia Educação e Desporto, Universidade Lusófona do Porto. Publicou mais de 28 artigos em revistas especializadas.  Participou como Bolseira de Doutoramento em 1 projeto, Bolseiro de Investigação em 4 projetos, Bolseiro de Pós-Doutoramento em 1 projeto e Investigador em 3 projetos. Atua nas áreas de Ciências Médicas e da Saúde com ênfase em Ciências do Desporto. 

Referências

Cacioppo JT, Cacioppo S. The growing problem of loneliness. Lancet. 2018;391(10119):426.

National Academies of Sciences, Engineering, and Medicine; Division of Behavioral and Social Sciences and Education; Health and Medicine Division; Board on Behavioral, Cognitive, and Sensory Sciences; Board on Health Sciences Policy; Committee on the Health and Medical Dimensions of Social Isolation and Loneliness in Older Adults. Social Isolation and Loneliness in Older Adults: Opportunities for the Health Care System. Washington (DC): National Academies Press (US). 2020.

Domènech-Abella J, Lara E, Rubio-Valera M, Olaya B, Moneta M, Rico-Uribe L, et al. Loneliness and depression in the elderly: the role of social network. Soc Psychiatry Psychiatr Epidemio. 2017;52:381.

Luo Y, Hawkley LC, Waite LJ, Cacioppo JT. Loneliness, health, and mortality in old age. Soc Sci Med. 2012;20(8):6501–4.

Pels F, Kleinert J. Loneliness and physical activity: A systematic review. Int Rev Sport Exerc Psychol. 2016;9(1):231–60.

Vancampfort D, Lara E, Smith L, Rosenbaum S, Firth J, Stubbs B, et al. Physical activity and loneliness among adults aged 50 years in six low- and middle-income countries. Int J Geriatr Psychiatry. 2020;34(12):1855–64.

McKee G, Kearney PM, Kenny RA. The factors associated with self-reported physical activity in older adults living in the community. Age Ageing. 2015;44(4):586–92.

Harris TJ, Owen CG, Victor CR, Adams R, Cook DG. What factors are associated with physical activity in older people, assessed objectively by accelerometry? Br J Sports Med. 2009;43(6):442–50.

Meurer ST, Benedetti TRB, Mazo GZ. Fatores motivacionais de idosos praticantes de exercícios físicos: Um estudo baseado na teoria da autodeterminação. Estud Psicol. 2012;17(2):299–304.

Chou C, Hwang C, Wu Y. Chou CH, Hwang CL, Wu YT. Efeito do exercício na função física, atividades de vida diária e qualidade de vida em idosos frágeis: uma meta-análise. Arch Phys Med Rehabil. 2012;93:237–44.

Manini T, Pahor M. Atividade física e manutenção da função física em idosos. Br J Sport Med. 2009;43:28–31.

Jones CA, Siever J, Knuff K, Van Bergen C, Mick P, Little J, et al. Walk, Talk and Listen: A pilot randomised controlled trial targeting functional fitness and loneliness in older adults with hearing loss. BMJ Open. 2019;9(4):1–10.

Philip KEJ, Polkey MI, Hopkinson NS, Steptoe A, Fancourt D. Social isolation, loneliness and physical performance in older-adults: fixed effects analyses of a cohort study. Sci Rep. 2020 Aug 17;10(1):13908.

Xavier AI, Rodrigues AL, Oliveira F. HUMANA GLOBAL Associação para a Promoção dos Direitos Humanos, da Cultura e do Desenvolvimento A Organização das Nações Unidas. 2007.

Pocinho M, Farate C, Dias C. Validação psicométrica da escala UCLA-loneliness para idosos portugueses. Interações Soc e novas Mod. 2010;18:65–77.

Craig CL, Marshall AL, Sjöström M, Bauman AE, Booth ML, Ainsworth BE, et al. International physical activity questionnaire: 12-Country reliability and validity. Med Sci Sports Exerc. 2003;35(8):1381–95.

Rikli RE, Jones CJ. Senior fitness test manual. Champaign, IL: Human Kinetics. Champaign, IL: Human Kinetics. 2001.

Miot HA. Avaliação da normalidade dos dados em estudos clínicos e experimentais. J Vasc Bras. 2017;16(2):88-91.

Savikko N, Routasalo P, Tilvis RS, Strandberg TE, Pitkälä KH. Predictors and subjective causes of loneliness in an aged population. Arch Gerontol Geriatr. 2005;41(3):223–33.

Stathokostas L, Al. Flexibility of older adults aged 55–86 years and the influence of physical activity. J Aging Res. 2013;1:743–843.

Avila JJ, Gutierres JA, Sheehy ME, Lofgren IE, Delmonico MJ. Effect of moderate intensity resistance training during weight loss on body composition and physical performance in overweight older adults. Eur J Appl Physiol. 2010;109(3):517–25.

Russell DW, Cutrona CE, de la Mora A, Wallace RB. Loneliness and nursing home admission among rural older adults. Psychology and Aging. 1997;12:574–89.

em estudos clínicos e experimentais. J Vasc Bras. 2017;16(2):88-91.

Gates DH, Walters LS, Cowley J, Wilken JM, Resnik L. Range of motion requirements for upper-limb activities of daily living. Am J Occup Ther. 2016;70(1).

ACSM, Ehrman J, Liguori G, Magal M. ACSM’s guide- lines for exercise testing and prescription. 10th ed. Philadelphia; 2018.

Guaralnik JM, Ferruci L, Simonsick EM, Salive ME, Wallace RB. Lower-extremity function in persons over the age 70 years as a predictor as subsequent disability. N Engl J Med. 1996;332:556–61.

Kobayashi, L. C., & Steptoe, A. Social isolation, loneliness, and health behaviors at older ages: Longitudinal cohort study. Annals of Behavioral Medicine. 2018;52(7):582–93.

Bull FC, Al-Ansari SS, Biddle S, Borodulin K, Buman MP, Cardon G, et al. World Health Organization 2020 guidelines on physical activity and sedentary behaviour. Br J Sports Med. 2020;54(24):1451–62.

Stenlund S, Junttila N, Koivumaa-Honkanen H, et al. Longitudinal stability and interrelations between health behavior and subjective well-being in a follow-up of nine years. PLoS One. 2021;16(10):e0259280.

Stenlund S, Koivumaa-Honkanen H, Sillanmäki L, Lagström H, Rautava P, Suominen S. Changed health behavior improves subjective well-being and vice versa in a follow-up of 9 years. Health Qual Life Outcomes. 2022;20(1):66.

Downloads

Publicado

2022-10-24

Como Citar

1.
Pedro-Costa S, Hiney A, Sampaio A, Guimarães JP, Bohn L, Marques-Aleixo I. Caraterização da atividade física e aptidão física de acordo com os níveis de solidão em adultos 50+. Rev. Bras. Ativ. Fís. Saúde [Internet]. 24º de outubro de 2022 [citado 18º de abril de 2024];27:1-7. Disponível em: https://rbafs.org.br/RBAFS/article/view/14885

Edição

Seção

Artigos Originais