Variação sazonal das atividades físicas e sedentárias de estudantes no semiárido baiano
DOI:
https://doi.org/10.12820/rbafs.26e0185Palavras-chave:
Estações do ano, Criança, Adolescente, Atividade motora, Estilo de vida sedentárioResumo
Este estudo analisou a variação sazonal das atividades físicas e dos comportamentos sedentários de uma amostra por conveniência de crianças e adolescentes, de uma escola pública no semiárido baiano (n = 462; 52,9% de meninos; 7-12 anos). Trata-se de um estudo longitudinal de um ano de seguimento. Atividades físicas e comportamentos sedentários foram relatados no questionário Consumo Alimentar e Atividade Física de Escolares (Web-CAAFE). As medidas repetidas foram realizadas no outono, inverno e primavera. Os desfechos avaliados foram: quantidade de atividades físicas diária (AFD) e de comportamentos sedentários (CS), frequências de atividades físicas leves (AFL), moderadas (AFM) e vigorosas (AFV). Análises foram conduzidas via modelagem de equações de estimativa generalizada (GEE) (distribuição Poisson), com ajuste por temperatura ambiente e precipitação pluviométrica. Não houve variação sazonal estatisticamente significativa na AFD. No inverno, houve mais relatos de AFL (Coef² = 1,37; IC95%: 1,14-1,66) e de CS (Coef² = 1,16; IC95%: 1,05-1,29), enquanto AFV foram menos frequentes (Coef² = 0,83; IC95%: 0,71-0,97). AFV foram menos relatadas no outono (Coef² = 0,82; IC95%: 0,69-0,98). Sexo modificou o efeito das estações nas AFV, que entre meninos, ocorreram mais no outono (Coef² = 1,72 IC95%=1,16-2,56) e no inverno (Coef² = 1,84; IC95%: 1,26-2,69). Idade modificou efeito das estações sobre os CS. Durante o seguimento, houve mais CS na faixa etária 10-12 anos, porém, com diferença estatística significativa no outono e no início da primavera. O inverno favoreceu as AFL e os CS, mas restringiu as AFV, sobretudo entre meninas. Estudantes de 10-12 anos apresentaram mais CS, especialmente no outono e início da primavera.
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