Associação da atividade física de lazer com o consumo de bebidas alcoólicas em adultos

Autores

DOI:

https://doi.org/10.12820/rbafs.v.22n6p576-583

Palavras-chave:

Bebedeira, Transtornos induzidos por álcool, Alcoolismo, Exercício, Alcoólico

Resumo

Evidências mostram que atividade física (AF) pode se associar a níveis mais elevados de consumo de bebida alcóolica. Assim, esse estudo teve como objetivo verificar se existe ou não associação do nível de AF de lazer com o consumo de bebida alcóolica entre adultos de ambos os sexos. Dados secundários foram coletados do Ministério da Saúde (Vigitel) referente ao inquérito transversal realizado no ano de 2014, na cidade de Curitiba, PR, Brasil. A AF foi a variável de exposição e o consumo de bebida alcoólica a variável de desfecho. Participaram do estudo 1.504 adultos, sendo 557 homens com idade média de 51,7 ±18,6 anos e 947 mulheres com idade média de 55,7 ± 16,9 anos. O nível de AF foi categorizado em inativo e ativo e o consumo de bebida alcóolica em regular e abusivo. Os resultados foram controlados por sexo, idade e escolaridade. Os adultos ativos tiveram risco pelo menos 1,5 vezes maior (Razão de Prevalência (RP)= 1,5; IC95%: 1,2–1,9) para o consumo regular de bebida alcoólica e pelo menos 1,3 vezes maior (RP= 1,3; IC95%: 0,8–2,1) para o consumo abusivo, quando comparado aos inativos. Os homens ativos tiveram risco pelo menos 1,7 vezes maior (RP= 1,7; IC95%: 1,2–2,5) para o consumo regular e 2,3 vezes maior (RP= 2,3; IC95%: 0,9–5,7) para o consumo abusivo, enquanto mulheres ativas tiveram risco pelo menos 1,4 vezes maior (RP= 1,4; IC95%: 1,1–1,8) para o consumo regular e 0,9 vezes maior (RP= 0,9; IC95%: 0,6–1,7) para o consumo abusivo. Os resultados apoiam a existência de uma associação positiva incongruente entre o consumo de bebida alcoólica e a prática de AF.

Downloads

Não há dados estatísticos.

Biografia do Autor

Dartel Lima, Universidade Estadual do Oeste do Paraná, Departamento de Educação Física. Marechal Cândido Rondon, Paraná, Brasil.

Graduado em Fisioterapia pelo Instituto Municipal de Ensino Superior de Presidente Prudente (1983), Mestrado em Engenharia Biomédica pela Universidade Tecnológica Federal do Paraná e Doutorado em Medicina Preventiva pela Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo. Especialista Profissional em Fisioterapia Neurofuncional, Quiropraxia e Fisioterapia Ortopédica Traumatofuncional (COFFITO). Especialista Lato Sensu em Biologia do Esporte e Preparação Física. Tutor de EAD. Atualmente é professor Adjunto na Universidade Estadual do Oeste do Paraná - UNIOESTE.

Referências

1. Leasure JL, Neighbors C. Impulsivity moderates the association between physical activity and alcohol consumption. Alcohol. 2014;48(4):361–6.
2. Barry AE, Piazza-Gardner AK. Drunkorexia: understanding the co-occurrence of alcohol consumption and eating/ exercise weight management behaviors. J Am Coll Health. 2012;60(3):236–43.
3. Conroy DE, Ram N, Pincus AL, Coffman DL, Lorek AE, Rebar AL, Roche MJ. Daily Physical Activity and Alcohol Use Across the Adult Lifespan. Health Psychology. 2015;34(6):653–660.
4. Silva DAS. Nível de atividade física e fatores associados em acadêmicos de educação física de uma universidade pública do nordeste do Brasil. Rev Bras Ativ Fis Saúde. 2011;16(3):193-8.
5. Dodge T, Clarke P, Dwan R. The Relationship Between Physical Activity and Alcohol Use Among Adults in the United States: A Systematic Review of the Literature. Am J Health Promot. 2017;31(2):97-108.
6. Piazza-Gardner AK, Barry AE. Examining physical activity levels and alcohol consumption: are people who drink more active? Am J Health Promot. 2012;26(3):95–104.
7. Musselman JRB, Rutledge PC. e incongruous alcohol– activity association: Physical activity and alcohol consumption in college students. Psychol Sport Exerc. 2010;11(6):609-18.
8. Brasil. Ministério da Saúde. Instituto Nacional do Câncer. Inquérito domiciliar sobre comportamentos de risco e morbidade referida de doenças e agravos não transmissíveis: Brasil, 15 capitais e Distrito Federal, 2002-2003. Rio de Janeiro: INCA, 2004.
9. Naimi TS, Stockwell T, Zhao J, Xuan Z, Dangardt F Saitz R. Selection biases in observational studies affect associations between ‘moderate’ alcohol consumption and mortality. Addiction. Debate. 2017;112(2):207-14.
10. Haskell WL, Lee IM, Pate RR, Powell KE, Blair SN, Franklin BA, et al. Physical Activity and Public Health: Updated Recommendation for Adults from the American College of Sport Medicine and the American Heart Association. Med Sci Sport Exerc. 2007;3(2):1423-34.
11. Pan American Health Organization, Word Health Organization. Regional Status Report on Alcohol and Health in the Americas. Washington, DC: PAHO, 2015.
12. World Health Organization. Global status report on alcohol and health 2014. Geneva: WHO, 2014.
13. Hallgren M, Vancampfort D, Giesen ES, Lundin A, Stubbs B. Exercise as treatment for alcohol use disorders: systematic review and meta-analysis. Br J Sports Med. 2017;51(14):1058-64.
14. Leasure JL, Nixon K. Exercise neuroprotection in a rat model of binge alcohol consumption. Alcohol Clin Exp Res. 2010;34:404–14.
15.Leasure JL, Neighbors C. Impulsivity moderates the association between physical activity and alcohol consumption. Alcohol. 2014;48(4):361–6.
16. Sander D, Grandjean D, Pourtois G, Schwartz S, Seghier ML, Scherer KR et al. Emotion and attention interactions in social cognition: brain regions involved in processing anger prosody. Neurolmage. 2005;28(4):848-58.
17. Brasil. Ministério da Saúde. VIGITEL - Brasil 2014: Vigilância de Fatores de Risco E Proteção para Doenças Crônicas por Inquérito Telefônico. Brasília (DF): Ministério da Saúde; 2015.
18. Loch MR, Souza RKT. Capital Social: dados descritivos de estudo de base populacional e associação com comportamentos simultâneos de risco à saúde. Rev Bras Ativ Fis Saúde. 2014;19(6):774-76.
19. Wolle CC, Sanches M, Zilberman ML, Caetano RZ, Laranjeira M, Ilana P. Differences in drinking patterns between men and women in Brazil. Rev Bras Psiquiatr. 2013;33(4):367-73.
20. Centro de Informações sobre Saúde e Álcool. Compreensão da concorrência de comportamentos como consumo de álcool, transtornos alimentares, prática de atividades físicas a partir da drunkorexia. CISA, São Paulo, 2013. [Citado 2013 jul 08]. Disponível em: http://www.cisa.org.br/index.php.
21. Smothers B, Bertolucci D. Alcohol consumption and health-promoting behavior in a US household sample: leisure-time physical activity. J Stud Alcohol. 2001;62(4):467–76.
22. Sinyor D, Brown T, Rostant L, Seraganian P. The role of a physical fitness program in the treatment of alcoholism. J Stud Alcohol. 1992;43(3):380–6.
23. French MT, Popovici I, Maclean JC. Do alcohol consumers exercise more? Findings from a national survey. Am J Health Promot. 2009;24(1):2–10.
24. Friederichs SA, Bolman C, Oenema A, Lechner L. Profiling physical activity motivation based on self-determination theory: a cluster analysis approach. BMC Psychol. 2015;3(1):1-8.
25. Lima DF. Atividade física de adultos nas capitais brasileiras e no Distrito Federal: um estudo transversal. Tese. (Doutorado em Medicina Preventiva). Faculdade de Medicina. Universidade de São Paulo. São Paulo, 2014.
26. Cooke R, Dahdah M, Norman P, French DP. How well does the theory of planned behaviour predict alcohol consumption? A systematic review and meta-analysis. Health Psychol Rev. 2016;10(2):148-67.
27. Chiva-Blanch G, Arranz S, Lamuela-Raventos RM, Estruch R. Effects of Wine, Alcohol and Polyphenols on Cardiovascular Disease Risk Factors: Evidences from Human Studies. Alcohol and Alcoholism. 2013;48(3):270-7.
28. Laranjeira R. II Levantamento Nacional de Álcool e Drogas (LENAD) – 2012. Ronaldo Laranjeira (Org.), São Paulo: Instituto Nacional de Ciência e Tecnologia para Políticas Públicas de Álcool e Outras Drogas (INPAD), UNIFESP, 2014.

Downloads

Publicado

2018-07-05

Como Citar

1.
Lima D, da Silva M, Júnior O, Lima L, Sampaio A, Luiz O. Associação da atividade física de lazer com o consumo de bebidas alcoólicas em adultos. Rev. Bras. Ativ. Fís. Saúde [Internet]. 5º de julho de 2018 [citado 29º de março de 2024];22(6):576-83. Disponível em: https://rbafs.org.br/RBAFS/article/view/11306

Edição

Seção

Artigos Originais