Número de passos para discriminar pressão arterial elevada em jovens: quantos são o suficiente?

Autores

DOI:

https://doi.org/10.12820/rbafs.23e0044

Palavras-chave:

Pressão arterial, Atividade motora, Exercício, Criança, Adolescente

Resumo

A relação entre a prática de atividade física e pressão arterial (PA) tem sido reportada entre jovens. Contudo, pontos de corte do número de passos para discriminar PA elevada na população pediátrica ainda são incertos. O objetivo do presente estudo foi avaliar quantos passos por dia são suficientes para discriminar PA elevada em crianças e adolescentes. Estudo transversal com 1.044 escolares (456 meninos), de seis a 17 anos de idade, do município de Amargosa, Bahia, Brasil. A PA foi mensurada e a PA elevada foi classificada como sistólica ou diastólica ≥ percentil 95 de acordo com sexo, idade e estatura. O número de passos diários foi estimado por pedômetro. Curvas Receiver Operating Characteristic foram construídas e a área sob a curva, sensibilidade, especificidade e intervalos de con ança (IC) de 95% foram calculados, com análises separadas por sexo. A prevalência de PA elevada foi de 27,8%. O número de passos foi preditor de PA elevada tanto para o sexo masculino (acurácia = 0,55; IC95%: 0,51-0,60) quanto para o feminino (acuraria = 0,58; IC95%: 0,54-0,62). Os pontos de corte com maior equilíbrio entre sensibilidade e especificidade foram 14.228 passos para o sexo masculino e 10.796 passos para o feminino. O número de passos por dia, avaliado por pedômetro, foi preditor de PA elevada nas crianças e adolescentes investigados. Em termos práticos, sugere-se a utilização de 14.000 e 11.000 passos por dia para discriminar PA elevada em jovens do sexo masculino e feminino, respectivamente. Esses achados podem ser úteis para subsidiar ações de enfrentamento à PA elevada na infância e adolescência.

Downloads

Não há dados estatísticos.

Referências

Cameron C, Craig CL, Bauman A, Tudor-Locke C. CANPLAY study: Secular trends in steps/day amongst 5-19 year-old Canadians between 2005 and 2014. Prev Med. 2016;86:28-3.

Arellano-Ruiz P, Garcia-Hermoso A, Martinez-Vizcaino V, Salcedo-Aguilar F, Garrido-Miguel M, Solera-Martinez M. Trends in cardiometabolic parameters among Spanish children from 2006 to 2010: The Cuenca study. Am J Hum Biol. 2017;29.

Chen W, Srinivasan SR, Li S, Xu J, Berenson GS. Clustering of long-term trends in metabolic syndrome variables from childhood to adulthood in Blacks and Whites: the Bogalusa Heart Study. Am J Epidemiol. 2007;166(5):527-33.

Telama R, Yang X, Leskinen E, Kankaanpaa A, Hirvensalo M, Tammelin T, et al. Tracking of physical activity from early childhood through youth into adulthood. Med Sci Sports Exerc. 2014;46(5):955-62.

Ekelund U, Luan J, Sherar LB, Esliger DW, Griew P, Cooper A, et al. Moderate to vigorous physical activity and sedentary time and cardiometabolic risk factors in children and adolescents. JAMA. 2012;307(7):704-12.

Correa Neto VG, Palma A. Blood pressure and its association with physical activity and obesity in adolescents: a systematic review. Cien Saude Colet. 2014;19(3):797-18.

Quadros TM, Gordia AP, Silva LR, Silva DA, Mota J. Epidemiological survey in schoolchildren: determinants and prevalence of cardiovascular risk factors. Cad Saude Publica. 2016;32(2):e00181514.

Silva MP, Fontana FE, Callahan E, Mazzardo O, De Campos W. Step-Count Guidelines for Children and Adolescents: A Systematic Review. J Phys Act Health. 2015;12(8):1184-91.

Tudor-Locke C, Craig CL, Beets MW, Belton S, Cardon GM, Duncan S, et al. How many steps/day are enough? for children and adolescents. Int J Behav Nutr Phys Act. 2011;8:78.

Gordia AP, Quadros TMB, Mota J, Silva LR. Number of daily steps to discriminate abdominal obesity in a sample of brazilian children and adolescents. Pediatr Exerc Sci. 2017;29(1):121-30.

Oliveira LC, Ferrari GLM, Araujo TL, Matsudo V. Overweight, obesity, steps and moderate to vigorous physical activity in children. Rev Saúde Pública. 2017;51:38.

Gordia AP, Quadros TMB, Mota J, Silva LR. Cut-off values for step count and TV viewing time as discriminators of hyperglycaemia in Brazilian children and adolescents. Ann Hum Biol. 2016;43(5):423-9.

Andaki ACR, Mendes EL, Segheto W, Franco FS, Tinôco ALA. Medidas antropométricas e nível de atividade física predizem pressão arterial elevada em crianças. Rev Bras Ativ Fís Saúde. 2016;21(02):181-9.

Mello JB, Farias VM, Bergmann MLA, Bergmann GG. Number of steps per day and the screening of cardiovascular disease risk factors in adolescents. Motriz. 2016;22(2):36-43.

Luiz RR, Magnanini MMF. The logic of sample size determination in epidemiological research. Reports Collective Health. 2000;8(2):9-28.

Associação Brasileira de Empresas de Pesquisa. Critério de Classificação Econômica Brasil; 2011. [citado 2014 jul 20]. Disponível em: http://www.abep.org/criterio-brasil.

Malachias MVB, Koch V, Colombo C, Silva S, Guimaraes IC, Nogueira PK. 7th Brazilian Guideline of Arterial Hypertension: Chapter 10 - Hypertension in Children and Adolescents. Arq Bras Cardiol. 2016;107(Suppl 3):53-63.

National High Blood Pressure Education Program Working Group on High Blood Pressure in C, Adolescents. The fourth report on the diagnosis, evaluation, and treatment of high blood pressure in children and adolescents. Pediatrics. 2004;114(2 Suppl 4th Report):555-76.

Eston RG, Rowlands AV, Ingledew DK. Validity of heart rate, pedometry, and accelerometry for predicting the energy cost of children's activities. J Appl Physiol (1985). 1998;84(1):362-71.

Tudor-Locke C, Burkett L, Reis JP, Ainsworth BE, Macera CA, Wilson DK. How many days of pedometer monitoring predict weekly physical activity in adults? Prev Med. 2005;40(3):293-8.

Duncan JS, Schofield G, Duncan EK. Pedometer-determined physical activity and body composition in New Zealand children. Med Sci Sports Exerc. 2006;38(8):1402-9.

Santi M, Simonetti BG, Leoni-Foglia CF, Bianchetti MG, Simonetti GD. Arterial hypertension in children. Curr Opin Cardiol. 2015;30(4):403-10.

Magliano ES, Guedes LG, Coutinho ES, Bloch KV. Prevalence of arterial hypertension among Brazilian adolescents: systematic review and meta-analysis. BMC Public Health. 2013;13:833.

May AL, Kuklina EV, Yoon PW. Prevalence of cardiovascular disease risk factors among US adolescents, 1999-2008. Pediatrics. 2012;129(6):1035-41.

Quadros TM, Gordia AP, Silva RC, Silva LR. Predictive capacity of anthropometric indicators for dyslipidemia screening in children and adolescents. J Pediatr (Rio J). 2015;91(5):455-63.

Herouvi D, Karanasios E, Karayianni C, Karavanaki K. Cardiovascular disease in childhood: the role of obesity. Eur J Pediatr. 2013;172(6):721-32.

Cesa CC, Sbruzzi G, Ribeiro RA, Barbiero SM, de Oliveira Petkowicz R, Eibel B, et al. Physical activity and cardiovascular risk factors in children: meta-analysis of randomized clinical trials. Prev Med. 2014;69:54-62.

Malachias MVB, Plavnik FL, Machado CA, Malta D, Scala LCN, Fuchs S. 7th Brazilian Guideline of Arterial Hypertension: Chapter 1 - Concept, Epidemiology and Primary Prevention. Arq Bras Cardiol. 2016;107(Suppl 3):1-6.

Ma C, Wang R, Liu Y, Lu Q, Lu N, Tian Y, et al. Performance of obesity indices for screening elevated blood pressure in pediatric population: Systematic review and meta-analysis. Medicine (Baltimore). 2016;95(39):e4811.

Downloads

Publicado

2018-12-11

Como Citar

1.
Gordia AP, Quadros TMB de, Andaki ACR, Mendes EL, Mota J, Silva LR. Número de passos para discriminar pressão arterial elevada em jovens: quantos são o suficiente?. Rev. Bras. Ativ. Fís. Saúde [Internet]. 11º de dezembro de 2018 [citado 28º de março de 2024];23:1-7. Disponível em: https://rbafs.org.br/RBAFS/article/view/13469

Edição

Seção

Artigos Originais